quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Humor e Escárnio

Era uma vez dois mestres; um conhecido como o mestre do Bem, e o outro, seu opositor, o mestre do Mal.

O mestre do Bem, criativo e talentoso, inventou o Humor.

O mestre do Mal cheio de inveja tentou imitar o feito do outro, no entanto, não possuía os elementos necessários, tampouco a essencial sabedoria, que compunha todas as criações do bom mestre.

Sendo assim, o máximo que foi capaz de fazer, foi inventar o Escárnio.

E por força do reino da Mentira, o Escárnio conseguiu se passar pelo Humor.

Todavia, o Amor, que é o soberano guia, o qual trilha o caminho à morada da Verdade, revela a diferença:

O Humor possui uma raiz de amor, seu fruto é a multiplicação da alegria; contagia de boa energia, vivifica, fortalece, uni. Seu brilho é real e intenso e promove o Bem.

Como uma das mais sofisticadas formas de comunicação, facilita a reconciliação, alivia a tensão nas mais diversas situações, é capaz até de conquistar a cura para o que está doente; pode fazer do deserto um caminho de flores, mescla à vida poesia, doces sabores e cores...

Já o Escárnio possui uma raiz toda de egoísmo; para conseguir que a atenção se volte para si, não se importa em ferir, magoar, diminuir, humilhar. Separa, adoece, enfraquece; reprime a voz dos avançados, retarda a evolução, por onde passa deixa rastros de destruição.

O escarnecedor pode ser visto como mais uma amostra de “o egoísta”, ele quer ser tido como “o bom”, “o legal”, “o descolado”, ser o centro das atenções.

Em prol da sua glória concentra seus esforços para fazer emergir as feridas e as fraquezas, expor suas vítimas sem defesa, e faz delas os degraus da sua ascensão. Aparece unicamente através da escuridão.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Casey James




Casey James participou da nona temporada de American Idol – programa exibido nos Estados Unidos e no Brasil pela TV a cabo – e finalizou em terceiro lugar no programa. Particularmente penso que deveria ter sido ele a levar o título; bom cantor e intérprete, ótimo guitarrista, com aquele brilho de estrela que deixa gosto de quero-mais.

Sua performance no palco é uma mistura de talento, simplicidade, carisma, autenticidade e beleza.

Eis uma de suas melhores apresentações;

Jealous Guy – Beatles:



segunda-feira, 21 de junho de 2010

A Caixa

Finalmente assisti o filme “A Caixa”.

Pelo que eu pude perceber a idéia central do filme está mais para um plagio da narrativa de Gênesis sobre Adão e Eva e algumas de suas possíveis envenenadas interpretações, acrescentando ramificações maléficas.

No escuro compara, insanamente, o desejo ganancioso por riqueza com o anseio natural por conhecimento, nivelando-os ao conceito de tentação.

Como nas chamadas “Escrituras” aonde as “opções” são viver ou morrer, no longa as opções vêem disfarçadas de “alguém” viver ou morrer, “contemporanizando” a cominação.

E imitando a clássica estratégia de controle e manipulação das religiões, carrega implícita a segunda opção falsamente proporcional: “faça o que eu digo que é correto” ou “condenação eterna”, e como nessa última comparação, a “opção” condenação eterna não está explícita no acordo tanto quanto não se visualiza o Inferno, mas se é instigado pela cor do dinheiro tanto quanto se é tentado pelos selecionados “prazeres mundanos”.

Perverte a “obviedade” da escolha insinuada no filme fazendo uso de uma noção atroz de possibilidade, como se optar pela visão do raciocínio fosse semelhante a uma decisão louca.

Sugere que a compaixão nasce necessariamente do reflexo do objeto do sofrimento; talvez por isso, no filme, a compaixão aflorada tenha se restringido a visão do horror, ignorando qualquer outra vida. E esse desvio contraditório é rotulado de “Amor”.

Destila que a salvação da “Espécie humana” exige a renuncia do desejo individual – como se a condição existencial fosse uma culpa; como se a inércia fraternal revestisse a semente de toda animação consciente – não é um desejo coletivo a liberdade individual, pelo menos, para si próprio?

E para não perder o costume e o poder patriarcal, a rendição imoral que funde a discórdia ao comportamento universal é primícia intrínseca a composição feminina. A causa é a mulher.

Seguindo ainda o modelo de caráter dos “deuses”, o detentor do poder no filme é um ser estúpido, sadista, caprichoso, que pretende impor sua enganosa salvação através da mentira, do medo, da ameaça. A mensagem latente de seu personagem é uma incitação ao julgamento superficial e a hostilidade social.

Da mesma raiz nefasta; o medo e a ameaça são as “bases-aliadas” aonde lançaremos os fundamentos da nossa consciência, aonde estruturaremos os nossos princípios e valores – não por amor, não por verdade – mas pelo pavor do castigo e sempre por uma recompensa miserável.

E qual seria o propósito de lançar mais um compacto de sofismas? Dos que já vieram e de tantos outros que virão?

Uma segunda Inquisição não parece uma possibilidade viável, o número de ateus está aumentando, a informação alastra-se pelo impulso da tecnologia crescente; a Religião pode perder as forças, porém, os conspiradores, posicionados em pontos-chave, irão se empenhar para desenhar uma face moderna para a deturpação dos conceitos e para a perversão dos valores, para as mentiras mascaradas que sustentam a manipulação e o Forte do Poder.

Fique atento.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Matt Dillahunty

Matt Dillahunty é presidente da Comunidade Ateísta de Austin – Texas/USA – também apresentador do programa “The Atheist Experience” que é transmitido nos Estados Unidos e que também é divulgado através da internet.

Minha admiração por Matt Dillahunty ascende-se quanto mais eu me aproximo do conteúdo de suas idéias - o que ele demonstra ser – não apenas possuidor de um grande conhecimento intelectual, não apenas um grande orador, mas uma vida preciosa que racionaliza em busca da Verdade e trabalha para contribuir com a disseminação da sabedoria.

Eis um vídeo aonde Matt refuta a famosa “Aposta de Pascal”:

(A “Aposta de Pascal” pra quem não sabe, é um argumento (corrupto) elaborado por Blaise Pascal que consiste basicamente no seguinte:

•Se você acreditar em “deus” e nas Escrituras e forem tais verdade, será salvo.

•Se você acreditar em “deus” e nas Escrituras e não forem tais verdade, não terá perdido nada.

•Se você não acreditar em “deus” e nas Escrituras e estiver certo, não terá perdido nada.

•Se você não acreditar em “deus” e nas Escrituras e estiver errado, IRÁ QUEIMAR NO FOGO ETERNO.)




Direitos Iguais

Existem homens que fazem uso de semelhante “objeção”: “Se as mulheres querem direitos iguais, elas que façam isso e aquilo...”

Quanto é necessário reler a sentença para extrair a declaração implícita de preconceito e estupidez?

Quando alguém diz – as mulheres que façam... os negros que isso...os judeus que aquilo...problema dos homossexuais – acaba por dividir a humanidade em classes, por “racisficar”, atribuindo superioridade e inferioridade por valores superficiais, e não percebeu ou não quis perceber, que se trata do que é humano e não de poder. Que não é ela, inclusive, que decide o que é humano o suficiente para se conferir valor; o humano se define por si.

Os “direitos iguais” tem a ver com o que não infringe a dignidade do ser humano. O que também abraça o seu direito de escolha e liberdade, a sua personalidade.

Não deve ser tão difícil compreender que a postura que você PODE escolher ter, não transgride o seu direito de poder escolher;

Se você quer ser uma dama, se quer ser um cavalheiro, se quer se casar, ou ser solteiro, se quer sorrir ou chorar, se quer assistir ou dançar, se quer ficar ou partir, se quer ganhar, dar ou dividir, se quer saber ou servir.

Não, o cavalheirismo forjado não compensa a privação do voto; pagar o jantar não ressarce a dignidade perdida na submissão; só a Miséria devolve um Sim por um Não. Brigamos por direito e não por permissão.

Não ajudou em nada nossa semelhança antropomórfica? Nossas expressões que traduzem mundialmente os mesmos sinais? Nossas linguagens corporais?
Vamos ter que igualar universalmente nossas genitais? Acinzentar a epiderme global? Violar a feminilidade? Castrar a masculinidade? Extinguir a unidade? Asfixiar a particularidade? Reprimir todos a sua vontade? Para conseguir reconhecer igualdade...

Defenderei que meu irmão judeu seja respeitado, embora não carregue sua ascendência em meu sangue; ainda que não compartilhe do desejo homossexual, declararei meu apoio fraternal; meus irmãos são brancos, negros, vermelhos, amarelos e azuis, meus irmãos são todos os filhos da luz.

Não são “eles”, somos nós. Quando a causa é justa, deve-se erguer a voz.

Aquele que se esconde na mentira, pra defender o seu abrigo sujo, sabota o caminho do Bem. Contamina e deteriora o corpo da evolução; “desumaniza” sua própria condição.